Memória Futura de Mário Lino num teusorinho deprimente da politica nacional
No decorrente mês, temos assistido com relativa assiduidade a declarações públicas pronunciadas por alguns ministros actualmente em funções que revelam não só uma grande falta de conhecimento do território nacional, como também o enorme desprezo e leviandade com que encaram os cidadãos.
A falta de conhecimento e sustentação técnica dos problemas, aliada há falta de “tento na língua”, levaram anteontem o Ministro das Obras Públicas, Mário Lino a cometer um acto de enorme falta de respeito não só para com os cidadãos residentes na Margem Sul, mas também a todo um país ao encarar de forma discriminatória as suas duas margens.
Mário Lino teceu tais afirmações num almoço-debate promovido pela Ordem dos Economistas, sobre «O Novo Aeroporto de Lisboa» onde deparado com uma alternativa ao actual projecto de construção do novo aeroporto, foi indicada a Margem Sul, e este referiu:
«além das questões ambientais, não há gente, não há hospitais, não há escolas, não há hotéis, não há comércio, pelo que seria preciso levar para lá milhões de pessoas», ideia esta que voltou a reforçar, «um projecto megalómano e faraónico, que não teria a aprovação de Bruxelas. »
O ministro reforça claramente a sua ideia , afirmando:
«é uma questão de estratégia política e não uma questão de mera engenharia».
Para finalizar a sua intervenção, decide resumir da seguinte forma:
«A Margem Sul é um deserto, e não é no deserto que se faz um aeroporto».
Num debate relativo ao «Novo aeroporto de Lisboa», um projecto que envolve um investimento público de mais de três mil milhões de euros, o actual Ministro das Obras Públicas, pautou a sua opinião numa total ausência de critérios técnicos, baseando-se em estados de alma e comentários discriminatórios aos residentes na outra margem.
Seguindo o mesmo processo de analogias a que recorreu o ministro, “onde não há gente” e claramente é um “deserto”, deixo a pergunta:
Serão os habitantes da Margem Sul, camelos?
Ao mesmo tempo que comentava este projecto, Mário Lino apresentou de forma clara a maneira como o actual governo está a tratar as terras do outro lado da Ponte, onde faltam as inúmeras infra-estruturas por ele referidas nos seus argumentos, onde relativamente á ausência de hospitais claramente revejo a política de saúde implementada pela Governo, que se limita a encerrar alguns estabelecimentos de saúde que existem e não avança para a construção de novas unidades.
Para finalizar, achei por bem procurar informações relativas ás localidades que foram debatidas para a construção do aeroporto.
Relativamente á Margem Sul, a hipótese de localização da obra seria a Poceirão, onde de acordo com o Censo de 2001, esta Freguesia do Concelho de Palmela, tem 4.304 habitantes enquanto a Ota, uma Freguesia do Concelho de Alenquer, para a qual está projectado o novo aeroporto de Lisboa, tem 1.198 habitantes.
Impõe-se a pergunta:
Se para este Ministro uma das condições necessárias para a realização deste projecto é a presença de pessoas, não seria mais óbvio a escolha na Margem Sul?
Concordas com a nossa vis? para a Amadora? Vem connosco!
1 Comentários:
Tens toda a razão Duarte...a margem sul nem se compara ás terriolas da Ota...aliás quando ele diz que não há comércio nem industrias, o que me veio logo á ideia foi a cidade do barreiro-cidade industrial...emfim temos ministros que nem conhecem o seu próprio país...
25/5/07 17:23
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