O primeiro dia do Século XXI ...
Ontem foi referendado a livre Interrupção Voluntária da Gravidez até ás 10 semanas. A população foi peremptória e, apesar do carácter não vinculativo do referendo devido á abstenção de cerca de 60%, escolheu o SIM permitindo assim que em Portugal seja legal uma mulher abortar até ás 10 semanas sem que para isso seja necessário algum tipo de motivo ou justificação senão o de simplesmente não querer ter a criança.
Respeito a vontade de todos os Portugueses. O SIM ganhou democraticamente e como tal só temos de aceitar o seu resultado. Mas este resultado deixa-me com um amargo de boca ... Este resultado, a meu ver, não é o resultado do direito da escolha ás mulheres, não é o resultado da despenalização das mulheres que fizeram (porque não tem efeitos retroactivos) ou irão fazer abortos, não é o resultado da melhoria de condições de um "acto assassino" que ainda que seja efectuado nos Hospitais e Clínicas privadas irá sempre comportar graves riscos de saúde para as mulheres que o fazem ...
Para mim é o resultado do facilitismo, da desresponsabilização e da falsa sensação de aproximação aos países da vanguarda. Facilitismo porque neste país sempre que existe um problema opta-se pela solução mais fácil. Neste caso era muito mais fácil legalizar o aborto, gastar milhões num referendo, gastar milhões de milhões em preparar os hospitais para efectuarem este acto médico, enterrar ainda mais o sistema nacional de saúde em dívidas de comparticipação ... Em minha opinião, a opção correcta a tomar seria utilizar esses fundos num verdadeiro apoio á mãe carenciada, em verdadeiro apoio ás familias numerosas com baixos recursos, em apoio á Familia e não em apoio á morte ou á privação de vida (conforme considerem se até às 10 semanas já há vida ou não...). Desresponsabilização porque não se investe na prevenção, não se educa na sexualidade, não se pensa no período antes do "problema" acontecer ... Só se pensa quando ele já está feito. Com pílula do dia seguinte disponível nas farmácias e grátis nos centros de saúde, com fácil acesso a métodos contraceptivos preventivos como o preservativo e a pílula (tambem estes distribuidos gratuitamente de diversas formas), é incrivel a quantidade de jovens que ainda engravidam hoje em dia ... e não me venham com a conversa de "acidentes acontecem", porque ou de repente a eficácia da pílula e do preservativo desceu dos 99% para os 70/80% ou então simplesmente não se preocupam na altura e depois quando não aparece a menstruação "OPS !! Isto agora vai-me estragar a vida! não posso ser mãe agora! Tenho de ir a Espanha abortar!" ... Já para não falar no risco epidémico que pode acarretar esta liberalização do aborto. Como se sabe Portugal é um exemplo de civismo e moderação quando ocorrem "libertações" sejam de quem género forem ... é olhar para o 25 de Abril de 1974 e verificar as pilhagens, as despropriações, as FP-25, o desgoverno económico e financeiro que quase levaram á bancarota ...
Por fim, causa-me alguns arrepios na espinha e medo, muito medo do que aí se avizinha porque quando vemos o Dr. Francisco Louçã, líder do arauto do modernismo e da consciência moral e social que é o Bloco de Esquerda, dizer que "Hoje entrámos no sec. XXI e que por isto estamos agora na Europa que queremos" ... Sem dúvida Sr. Louçã!!! Temos metade do país a endividar-se e a viver acima das suas possibilidades, milhões de pessoas a viver com o ordenado mínimo, milhares de pessoas a viver em bairros degradados e em condições sub-humanas, a dívida do estado aumenta a cada dia que passa, eu enquanto jovem não sei se irei receber reforma quando chegar a minha altura, a regeneração de gerações está posta em causa e em vez de se praticar politicas de natalidade opta-se por liberalizar o aborto e fechar maternidades, os jovens têm poucas perspectivas de vida e de emprego, a taxa de crescimento é pouco acima do zero, o desemprego aumenta, as oportunidades dimimuem ... (apenas um aparte, realmente agora até percebo o porque da liberalização do aborto ... trazer uma criança a este país ... coitada da criança ...) Mas sim Sr. Louçã ... este é um país do século XXI e AGORA SIM estamos na Europa que queremos.
Um vez já aprovada a liberalização, apenas espero que realmente seja efectuado uma consciencialização da população e das mulheres que decidam recorrer a esta intervenção (que esperemos seja recorrida apenas e sempre EM ULTIMA INSTÂNCIA). E que aquelas mulheres que decidem ter os filhos e tem poucas ou nenhumas condições para lhes proporcionar uma infância e um crescimento com um mínimo de qualidade e decência possam ser REALMENTE ajudadas e dadas oportunidades. Que não se beneficie quem aborta e em detrimento se prejudique quem traz ao mundo uma criança ...
Concordas com a nossa vis? para a Amadora? Vem connosco!
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