Sessão Solene XXXII Aniversário do 25 de Abril.
Ex.mo Senhor Presidente da Assembleia Municipal da Amadora, Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal da Amadora, Ex.mos senhores Vereadores, Ex.mos senhores membros da Assembleia Municipal, distintos convidados, minhas senhoras e meus senhores.
Encontramo-nos hoje reunidos nesta sessão solene que marca a passagem de mais um ano sobre a revolução de 25 de Abril de 1974. Porém este ano ouvir-me-ão a mim, alguém a quem esta data dirá menos do que à maioria de vós. Dirá sempre necessariamente menos, não porque seja menos apreciador da democracia ou da liberdade, mas antes porque não sofri, felizmente, a opressão de anteriores gerações.
Justamente com o intuito de juntar os jovens que nasceram depois do 25 de Abril, o CDS-PP realiza hoje em Coimbra um almoço que reúne esses jovens e que simboliza a visão de um país por uma nova geração. Não podendo a Juventude Popular da Amadora estar presente devido ao compromisso assumido com esta sessão solene, não deixamos de mostrar o nosso total apoio a esta iniciativa, a nossa comunhão com esta visão.
No momento em que saudamos o 25 de Abril e a conquista da liberdade, não poderíamos obviamente esquecer que foi a 25 de Novembro de 1975 que um conjunto de militares, interpretando as legítimas aspirações do povo português, pôs fim à deriva extremista e totalitária que ameaçava arrastar Portugal para uma guerra civil ou para a instauração de um regime ditatorial de inspiração soviética.
No entanto, que não se pense que eu, ou uma nova geração não esteja empenhada na luta por uma consolidação da democracia, num regime justo e livre, na justa medida em que deve ser. Ainda assim, não se pode esperar que uma nova geração que nasceu num regime democrático, se empenhe num estado que lhes deu e ainda dá constantes sinais de desmoralização. Não nos podemos espantar com o facto de muitos jovens simplesmente se alhearem da vida política e partidária. Será cada vez mais uma frase feita dizer que os jovens se afastam cada vez mais da vida política, no entanto, será uma frase inúmeras vezes repetida quanto mais ignorado persistir o seu significado.
Recorrentemente temos suspeitas de favorecimentos de alguma ordem e jogos de bastidores que em nada beneficiam alguns daqueles que a todo o momento se assumem como arautos do respeito democrático. Perguntamo-nos afinal a titulo de que é que se formam certos acordos? Será a estabilidade política o valor essencial para sustentar tudo? Afinal se prezam assim tanto a estabilidade qual a legitimidade que têm para se assumirem como oposição? No fundo pensar de forma diferente é a maior instabilidade, mas pelos vistos há quem se esqueça de um desígnio de Abril, é que no fim de contas, quando todos pensam o mesmo, ninguém pensa muito.
Qualquer jovem ficará espantado com o que vê no regime, e dificilmente a juventude que se identifica com um certo ideal de mundo perfeito, aprovará certos valores, alguns deles muito valorizados no pós 25 de Abril. Valores esses em grande medida incutidos pela esquerda, mas que obtiveram expressão e acolhimento no país mediático, e que são hoje socialmente aceites.
Hoje são dado por adquiridos uma série de factos que supostamente qualquer pessoa racional poria em dúvida. Perguntemo-nos porque é que quando uma empresa encerra o seu exercício e apresenta resultados positivos, isso é sempre visto com desconfiança e não como um factor positivo para o país? Porque é que deve ser o estado a garantir cuidados de saúde gratuitos para toda a população, e não os presta apenas aos que realmente necessitam? Porque é que cada vez mais se multiplicam os casos de responsáveis políticos suspeitos, indiciados e condenados por crimes cometidos no exercício do mandato que lhes foi democraticamente conferido pelo povo? Expliquem-me como se eu fosse uma criança de 4 anos... Porque é que quando uma empresa encerra a culpa é sempre dos patrões e nunca dos trabalhadores? Porquê? Porquê? Porquê?
Aliás, a propósito do encerramento de empresas temos o exemplo talvez mais mediático no nosso concelho, o da Bombardier em que vemos constantemente os mesmos no aproveitamento de uma situação difícil para os trabalhadores daquela empresa, que há custa disso tentam tirar dividendos políticos. É caso para dizer que onde houver um despedimento que seja notícia, lá estará atrás uma bandeira vermelha, ainda que seja só para aparecerem no telejornal como alegados defensores dos trabalhadores, ou dos explorados como preferirão sempre chamar à boa maneira marxista. Estarão lá sempre ainda que o contributo prático que podem dar a esses trabalhadores seja ínfimo.
Não se pode entender liberdade ou democracia como a defesa de valores tão estranhos como nacionalizações, perseguições, ou violência sobre cidadãos cujo único mal que cometeram foi ajudar à produtividade nacional. A revolução de Abril trás ainda a esta nova geração uma Constituição que não é de Portugal, mas da República Portuguesa, e que não é dos portugueses mas dos que se assumem num caminho socialista. Parece que todos os outros ficaram de fora. Isto merece-nos a pergunta, será que podemos pôr esta constituição no Eco Ponto?
Temos uma série de constrangimentos à partida, fruto de muitos anos de atraso que entretanto não soubemos ou não conseguimos recuperar. De quem é a culpa? Será certamente de alguém ou de todos, mas nem sequer será isso o mais importante. O fundamental mais do que descobrir culpados é conseguir apontar alternativas e traçar um rumo que nos leva a algum lugar.
Serão estes os protagonistas certos para traçar esse rumo? Sinceramente temos muitas dúvidas, mas foi a eles que foi confiada a tarefa de nos conduzir a algum lugar. Aqui estaremos para dar a nossa opinião tão legitima como qualquer outra, aí reside a grande virtude da democracia. Não há verdades absolutas.
Há os que querem trilhar um rumo, e os que querem simplesmente tentar orientar-se. Sinceramente o nosso rumo é pensado, reflectido e convicto. Gostamos de pensar o que se passa à nossa volta seja na nossa cidade, no nosso país, ou até na União Europeia.
Gostamos de pensar mas também pretendemos obter respostas. Por exemplo, quando se pensa na construção de um mega empreendimento imobiliário na Quinta do Estado, estarão todos os responsáveis cientes do que isso significará para o futuro desta cidade? Temos consciência do numero de carros que entrarão a mais todos os dias na Amadora? Temos consciência de quantos milhares de cidadãos se vão deslocar dentro do concelho? Quanto necessitarão de cuidados de saúde, com o que isso implica em termos de farmácias e centros de saúde no concelho? Da rede de transportes que é preciso implementar, e de todos os problemas que são precisos resolver?
Não podemos acreditar que nos limitamos a deixar construir habitação, sem qualquer critério, que o município recebe uma boa quantia em impostos municipais, e que pode depois fechar os olhos às consequências que advêm de ter mais uns milhares de pessoas a viver no concelho, limitando-se depois a dizer que não há verba para os equipamentos sociais.
O resultado de termos um município que não é pensado conduz-nos em grande medida aos problemas com que a Amadora se defronta hoje. Leva-nos a constatar que a falta de ordenamento no concelho faz com que hoje tenhamos várias Amadoras dentro da mesma cidade, Isto porque não temos nem tivemos uma linha de orientação nem um projecto definido para a cidade.
O desejo sincero da Juventude Popular da Amadora, e estou certo também do CDS-PP é o de que neste 25 de Abril mais do que virmos aqui ouvir falar sobre historias de Abril possamos ouvir hoje propostas de futuro. Para todos os defensores da democracia peço que se lembrem de que todo o caminho só valeu a pena se conseguirmos dar respostas.
Também neste sentido a JP anuncia que irá propor ao Grupo Municipal do CDS-PP a apresentação de um projecto para a constituição do Conselho Municipal de Juventude.
Este é o primeiro de vários contributos que a JP espera poder dar à cidade. Com este Conselho pretende-se dar voz e representatividade aos jovens da Amadora, através de um órgão consultivo da câmara em que estarão representadas, além das várias juventudes partidárias, todas as organizações de jovens representativas do concelho e que estejam legalmente constituídas.
Este parece-nos ser um passo importante para uma cidade que sabe ouvir todos. Para a realização deste projecto não é preciso um grande investimento, nem o lançamento de um qualquer concurso público. Só é necessária vontade política, e que não funcione a ditadura da maioria.
Ouvíamos há algum tempo na televisão uma expressão que percorria o país e que para nós se mantém bastante actual. Afinal, Porque até hoje, quase marcámos, quase ganhámos, quase fizemos. Mas porquê quase? .Passemos à próxima fase. Marca mais! Corre mais! Menos ais, menos ais, menos ais! Quero muito mais!
Queremos construir uma Amadora com Futuro!
Obrigado a todos!
Concordas com a nossa vis? para a Amadora? Vem connosco!
2 Comentários:
Parabéns! Um grande discurso com a qualidade a que já nos vens habituando... Contigo a Amadora tem futuro e um bom futuro.
Forte abraço
25/4/06 18:52
Muito, muito bem!
A serio, muitos parabéns. Gostava, no entanto de saber como reagiu a plateia e que artigos na comunicação social poderão ter said, em jeito de rescaldo...
Abraço
26/4/06 13:07
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